11 junho 2020

Bandido Pobre E Negro Que Morra ! (Escrito em 2017)

Tem muita informação sendo misturada e repassada, o que confunde as pessoas e as desviam do entendimento. Pobre contra pobre é pior que rico contra pobre. Isso acaba funcionando como tática pra dividir e dominar. Mas neste blog não há verdade nenhuma a ser imposta; pesquise e tire suas próprias conclusões; leia sempre mais - ou viverá de acreditar no que falam.

Bom, um dos grandes problemas enfrentado hoje é a intolerância; aquele pensamento do 8 ou 80, da dicotomia, do maniqueismo e da visão polarizada da realidade. 

Vamos fazer uma breve analise sobre o tema do "bandido bom é bandido morto" e a crise do sistema penitenciário.

Pois então, nem onde a pena de morte é legal saem matando à vontade, ok? Aliás, há um certo tempo e procedimento a ser seguido. Mesmo nos países mais civilizados, os homens da lei e entendedores do assunto ainda podem errar e punir alguém erroneamente. Imagina se houvesse um tribunal de rua ou coisa do tipo, repleto de linchamentos e justiçamentos com as próprias mãos!

O pior é que justamente esse tipo de justiçamento, linchamento e execução diária tem sido a forma mais propícia a atender o desejo daqueles que acham que a questão da violência e criminalidade se resolve atacando a ponta do problema e não sua raiz.

Em outras palavras; a pena de morte provavelmente não atenderia a vontade daqueles que entendem que o problema se resolve matando, pois é um procedimento que costuma ser demorado.

Costuma-se pensar duas coisas em relação a pena de morte: executar determinado criminoso poderia confortar as vítimas do mesmo e de uma sociedade, além de servir como exemplo para que outros não cometam tais crimes. 

Mas será que a sociedade tem qualificação pra julgar ?

Creio que essa sociedade continuaria prendendo e matando apenas negros e pobres, não acha ? Características de criminosos que ela mesma - com seu estado omisso - ajudou a produzir. 

Para a maioria, nesta sociedade adoentada, bandidos são negros e pobres; enquanto - na verdade -  os maiores bandidos do mundo são brancos ricos e usam ternos e gravatas.


Sobretudo, combater o efeito (a ponta) de algo não parece ser mais inteligente que combater as causas de algo (a raiz). Combater os efeitos pode ser no máximo um paliativo, mas seria enxugar gelo sem o combate às causas. 

Estamos cansados de saber que, uma sociedade que oferece Educação e qualidade de vida na formação dos cidadãos diminui em muito a necessidade de ter que prende-los ou mesmo mata-los mais a frente.

Como sabemos, a maior parte da população carcerária é formada de pessoas que cometeram crimes contra o patrimônio, roubo - ou seja: a galera também QUER TER AO INVÉS DE SER. 

Já parou pra pensar quem incentiva - com todas as forças - o ser humano a ter ao invés de ser ? Resposta: a própria sociedade de consumo e consumista, orientada pela mídia empresarial de massa que pertence ao brancos e ricos dominantes. 

Contudo, ainda tem aquele grupo de pessoas argumentando que o negro, pobre e sem oportunidade têm escolha e, se escolheu o crime, o problema é dele. 

Embora exista scolha, ela é imensamente mais difícil e tendenciosa pra alguns, não acha ? Além do mais, pessoas com estudo e perspectivas dificilmente escolheriam o lado do crime, não acha também ? Quem com horizontes plenamente confortáveis buscaria o mal para si mesmo ? Raríssimas, pra ser humilde e não dizer NENHUMA. 

Há sempre aqueles que dizem mais ou menos assim: 

"eu sou pobre e negro e consegui vencer na vida, portanto todo pobre e negro só não consegue se não quiser" 

E não conseguem ver que um grupo de pessoas com muita dificuldade têm menos chances do que um grupo de pessoas com menos dificuldades. Para estas pessoas vem a calhar a frase de Vico:

"as pessoas mais rasas transformam regras particulares em enunciados gerais".

Conclusão: vamos prender, punir com rigor, e quem sabe um dia até instituir a pena 
de morte, mas - provavelmente - isso não cessará, nem diminuirá a níveis consideráveis, o surgimento de outros crimes e criminosos sem combatermos com muito mais forças as causas que levam ao crime.

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