Mas é provável que esta exigência não tenha lógica e que ninguém possa desenvolver Amor Próprio por si só.
Como surge o amor próprio ? Será que o senso comum não estaria apenas confundindo o termo "amor próprio" com "instinto de sobrevivência" ?
Proteger nosso corpo e nossa vida é algo instintivo e natural também a outros seres vivos, animais e plantas. Você não mata um outro animal para comer e nem mata alguém que ameaçe sua vida, por exemplo, pelo motivo primeiro de se achar belo, grandioso ou por alguma outra característica sentimemtal amorosa por si mesmo. Você não tomaria tal hipotética atitude extrema pelo fato de "morrer" de amores por si mesmo. Se você viesse a fazer isso seria pra não morrer mesmo, seria instintivo.
Quando somos bebês/crianças não sabemos odiar nem amar nada nem ninguém, mas somos capazes de, por exemplo, ferir (mesmo sem intenção) os mamilos de nossas mães pela busca de sobrevivência, é instintivo.
Também quando somos bebês/crianças, normalmente recebemos amor das pessoas a nossa volta, especialmente dos nossos pais. É então que aprendemos o que é amor, aprendemos a nos amar e, consequentemente, amar o próximo novamente. Ou seja:
O amor do próximo vem primeiro que o amor próprio.
Sabemos dos problemas que costumam ocorrer com adultos que não foram crianças amadas, ou que tiveram algum infeliz excesso ou falta de algo na sua criação que implicou na formação do caráter; crianças estas criadas muitas vezes em famílias desestruturadas.
O amor próprio é a sensação do amor recebido dos outros.
Quem argumenta e esclarece muito bem essa conclusão é Zygmunt Baumam (um dos últimos grandes filósofos contemporâneos) no livro AMOR LÍQUIDO.
Dentre outros assuntos abordados no livro, Bauman descreve como o amor ao próximo é a essência da civilização humana, àquilo que nos separa dos outros animais. Amar o Próximo Como A ti Mesmo é o resumo da totalidade dos mandamentos Divinos, é o mandamento que mais contraria a natureza original do homem, que se afasta dos seus instintos de sobrevivência um tanto, digamos, egoísta para se importarem com os outros.
"Sentimos amor próprio no prazer de ser reconhecido pela nossa importância e atos, quando somos ouvidos com atenção e concluímos que somos respeitados"
Quando alguém não consegue nos amar (amor fraterno) vai além de não estar reconhecendo valor em nós, mas que o próprio valor dele não foi reconhecido, provavelmente, nem pelos próprios pais e familiares e, portanto, não se sentiu amado e nem aprendeu a amar-se e, consequentemente amar o próximo novamente por retribuição.
A Empatia, colocar-se no lugar do outro - parece ser o verdadeiro sinal de "amor ao próximo".
Nenhum comentário:
Postar um comentário