08 agosto 2016

Corrupção Resolve-se "Pelos De Cima" ou " Pelos De Baixo? "

O problema da corrupção em amplo sentido, mas especialmente a política, deve ser resolvido "de baixo pra cima" ou "de cima pra baixo"?

De vez em quando surge essa questão. Uns dizem que é "de cima pra baixo" - que os políticos e poderosos são os responsáveis pelos problemas do país, portanto, deveriam dar o exemplo. Outros defendem que o problema deve ser resolvido "de baixo pra cima" - que o povo precisa parar com os pequenos atos corruptos do dia-a-dia, parar de vitimizar-se, e ser o exemplo de honestidade - ser, no seu individual, aquilo que espera dos políticos; pois
é do povo que surgem os políticos.

Podemos presumir que, normalmente, o EXEMPLO vem de cima pra baixo, como de pai para filho, professor/aluno - General/soldado.


Vamos analisar:
Tempos atrás, para esquentar a discussão ainda mais, o apresentador Faustão lançou a seguinte reflexão:
"De cima pra baixo só vem merda"

O problema com a política (com os de cima) é óbvio, mas há quem diga que são os cidadãos comuns (os de baixo) quem deveria resolver. Porém, como cidadãos comuns poderiam transformar a politicagem vigente em uma verdadeira política próxima da honestidade ?

Provavelmente teriam que torna-se O EXEMPLO para só então terem condições de discutirem mudanças e participarem ativamente da DEMOCRACIA. Assim sendo,  podemos concluír que um EXEMPLO é necessário.
Se os "de baixo" iniciarem a transformação; se derem o exemplo da ação e iniciativa, podemos entender que o problema começa resolver-se de baixo para cima (mas este, talvez, seja o início de um ciclo). Pois, para estabelecer a ordem é preciso completar o ciclo, quando o cidadão mostrar quem realmente manda dentro de uma democracia, tomando o lugar de poder.

Se você entende que a solução para os maiores males do Brasil não ocorreria pela ação eleitoral, mas, antes, por um saneamento cultural, continue lendo!

Muito provavelmente "Os de baixo" teriam que tornar-se os "de cima" para estabelecerem a ordem. Portanto, "de baixo para cima e por por cima" podem satisfazer a questão. O fato de vislumbrarmos um levante começando pelos "de baixo" é ponto de vista, pois se completaria quando cidadãos comuns estabelecessem o poder democrático para todo o povo, completando o ciclo. 

O problema seria, inicialmente, reparado pelos "DE baixo e concluído POR cima. Há uma confusão causada também pela linguagem.

Em um país realmente democrático - como podemos extrair com estudos em Russeau - o conjunto total dos cidadãos (servidores públicos, patrões, empregados...) seriam o próprio legislativo, sendo responsáveis por constituírem a ordem a ser seguida e por tomarem as decisões no país. (democracia direta).

Esse seria o "Top Nível" de democracia; não essa farsa de democracia representativa que temos hoje, com políticos ricos e poderosos característicos de países continentais e com cidadãos (aqueles que podem votar) destraídos demais para se aprofundarem nos assuntos da nação. E, assim, nos livramos das responsabilidades votando.

Contudo, seria difícil chegar ao "Top Nível" de democracia, ou próximo disso; pois a própria corrente de pensamentos que joga a responsabilidade  no povo, também acusa o povo de ser ignorante.


Sim, de certa forma é ignorante, pois, de acordo com pesquisas, a própria maioria daqueles que podem votar é composta por analfabets funcionais. Ou seja: o povo, em sua maioria, pode ser considerado incapaz.


Sendo assim, os cidadãos precisariam, primeiramente, ter acesso a conhecimento e Educação. Tal Educação seria mais facilmente oferecida pelo Estado; mas é aí onde começa o problema.

O Estado não pode ter sido criado nem desenvolvido pelos "de baixo" (povo, cidadãos comuns) mas, sim, pelos "de cima"(classe dominante, mídia Branca, classe política).


Mesmo um político vindo de baixo, logo entra no jogo da Corporocracia e do sistema monetário, o sistema que governa o mundo.

O Estado falha brutalmente neste ponto tão básico que é a Educação. A melhor Educação, hoje, basicamente, treina trabalhadores para servirem à classe dominante. E, assim fica fácil governar uma classe de adestrados e destraídos.

A saída seria a auto-educação


Se entendermos que o alto nível de corrupção é um produto do sistema em que vivemos, onde ter é mais importante que ser; onde somos adestrados para servir a este sistema; ou melhor: se entendermos que a corrupção política é propriamente sistêmica; a honestidade cotidiana do cidadão comum - sem estar atrelada a um elevado conhecimento de como a política funciona - não vai influir na mudança dessa politicagem suja dominante.
Para aqueles que acham que o povo é, sim, capaz; seria, então, uma boa hora pra transferirmos diretamente, ao povo, os poderes de legislar e de decidir os rumos do país, não acha ?

O povo poderia legislar, debater e votar do próprio conforto de seus Smartphones.

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